Ato processual e teoria das nulidades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00020.02

Palavras-chave:

Calmon de Passos, Procedural acts, Human action, System of nullities due to defects of will.

Resumo

O objetivo deste artigo é examinar a tese da exclusão a priori dos atos processuais do sistema comum de nulidades, com base em conhecida obra de Calmon de Passos, onde tal tese é defendida. A hipótese é que a conclusão a que chega Calmon de Passos decorre de uma concepção equivocada sobre a estrutura analítica do conceito geral de ação humana. O método de pesquisa científica utilizado foi o lógico-dedutivo. Os procedimentos metodológicos foram o comparativo e o monográfico, corroborados por pesquisa bibliográfica (publicações), além de fontes formais de pesquisa (leis lato sensu e doutrinas). O exame permitiu constatar que a definição da doutrina jurídica tradicional, aceita por Calmon de Passos, que afirma que “ato processual é o ato jurídico que produz efeitos no processo”, não se sustenta. E também que a definição de “ato processual” que Calmon de Passos fornece incorre no erro lógico de circularidade, e ainda é insuficiente, apesar de conter excessos de palavras. Quanto à tese defendida por Calmon de Passos, que afirma que os atos processuais são formalmente excluídos do regime geral das nulidades por vícios de vontade, foi possível concluir que ela decorre de uma concepção equivocada sobre a estrutura analítica dos atos humanos em geral. Quanto ao alcance do regime das nulidades por vícios de vontade, a conclusão é que não há nada na teoria formal que exclua os atos processuais a priori.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Fernando Muniz, MPMG

Doutorando em Filosofia do Direito pela PUC-SP. Mestre em Direito Processual Penal pela PUC-SP. Professor da Graduação em Direito na FADIVA. Promotor de Justiça – MPMG. E-mail: fernandomunizmp@hotmail.com, https://orcid.org/0009-0008-1190-5936.

Denilson Victor Machado Teixeira, Centro Universitário de Lavras

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pelo Ius Gentium Conimbrigae-IGC, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal). Doutor em Direito pela PUC-SP. Mestre em Direito Público pela UNIFRAN. Especialista em Direito Processual pela PUC-MG. Professor Universitário na Graduação em Direito (FACICA e UNILAVRAS) e na Pós-Graduação (UEL e ABDConst). Advogado.

Referências

CARNELUTTI, Francesco, Lecciones sobre el processo penal, Tradução ao espanhol Santiago Sentís Melendo, Buenos Aires, Librería El Foro, 2002.

CARO, Mario de, Azione, Bologna: Il Mulino, 2008.

DAHLBERG, Ingetraut, Fundamentos teórico-conceituais da classificação, Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 6, n. 1, jan./jun. 1978.

DEZEM, Guilherme Madeira, Da prova penal: Tipo processual, provas típicas e atípicas, Campinas, Millennium, 2008.

FERNANDEZ, Rosali P, Classificação – Um Processo Fundamental da Natureza Humana, Conferência Brasileira de Classificação Bibliográfica, Rio de Janeiro, 12-17 de setembro de 1972, Anais, Brasília, IBICT/ABDF, 1979.

FERRAZ JR, Tercio Sampaio, A ciência do direito, 3, ed. São Paulo, Atlas, 2014.

FERRAZ JR., Tercio Sampaio, Introdução ao estudo do direito: Técnica, decisão, dominação, 6. ed, São Paulo, Atlas, 2010.

GONÇALVES, Aroldo Plínio, Nulidades no processo, Rio de Janeiro, Aide, 2000.

HUSSERL, Edmund, Investigaciones lógicas, Tradução ao espanhol Manuel G Morente y José Gaos, Madrid, Alianza Editorial, 1985.

MARITAIN, Jacques. Lógica menor, Trad. Ilza das Neves, Rio de Janeiro, Livraria Agir Editora, 1972.

MISES, Ludwig Von, Ação humana: um tratado de economia, Tradução Ana Parreira, 2. ed, Campinas, Vide Editorial, 2020.

MUNIZ, Fernando, Prova proibida, Curitiba, Juruá Editora, 2019.

NINO, Carlos S., Introducción a la filosofía de la acción humana, Buenos Aires, Eudeba, 1987.

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de, Curso de processo penal, 17. ed, São Paulo, Atlas, 2013.

PARSONS, Talcott, La estructura de la accion social, Tradução ao espanhol Juan Jose Caballero e Jose Castillo Castillo, Madrid, Guadarrama, 1968.

PASSOS, José Joaquim Calmon de, Esboço de uma teoria das nulidades aplicada às nulidades processuais, Rio de Janeiro, Forense, 2002.

PFÄNDER, A. Lógica, Tradução ao espanhol J. Pérez Bances, Madrid, Revista de Occidente, 1933.

ROXIN, Claus. Derecho procesal penal, Tradução ao espanhol Gabriela E. Córdoba y Daniel R. Pastor, Buenos Aires, Editores del Puerto, 2000.

SALAZAR, Luis Manuel Marcano, La investigación jurídica: herramientas para la realización del trabajo intelectual del abogado, Santiago, Ediciones Olejnik, 2019.

SCHELER, Max, Ética: nuevo ensayo de fundamentación de un personalismo ético, Tradução ao espanhol Hilario Rodriguez Sanz. Buenos Aires, Revista de Occidente, 1948.

TELLO, Antonio Eduardo Embid, La libertad de investigación científica: una interpretación integrada de sus dimensiones subjetiva y objetiva, Valencia, Tirant lo Blanch, 2017.

Publicado

2025-07-06

Como Citar

Muniz, F., & Teixeira, D. V. M. (2025). Ato processual e teoria das nulidades. Revista Internacional Consinter De Direito, 11(20), 97–110. https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00020.02

Edição

Secção

Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos